Falar
sobre Berlim é falar sobre a capital do país que esteve à frente dos maiores
acontecimentos da história mundial nos últimos 100 anos. Ainda que não seja do
lado do “mocinho”, muito ao contrário. Assim, antes de entendermos a cidade,
necessário entender os acontecimentos mundiais, que tiveram seu epicentro aí,
exatamente em Berlim. E quando falamos de Berlim, estamos falando de nada mais
nada menos do que 1ª Guerra Mundial, Hitler, 2ª Guerra Mundial, Holocausto,
Cortina de Ferro, Guerra Fria e reunificação. Tudo isso aconteceu em Berlim ao
longo dos últimos 100 anos de sua história.
Primeira Grande Guerra |
O
Império Russo entrou em colapso em 1917 e a Rússia deixou a guerra. Depois de
uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o
recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças
dos EUA começaram a entrar nas
trincheiras. A Alemanha, que teve o seu problema revolucionário interno (de
ideais comunistas), neste ponto, concordou com um cessar- fogo em 11 de
novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A
guerra terminou com a vitória dos Aliados.
Até
o final da guerra, quatro grandes potências imperiais — os impérios Alemão,
Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os Estados Sucessores
dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto
os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa foi
redesenhado em vários países menores. A Liga das Nações (precursora da ONU) foi
formada na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Há consenso de
que o nacionalismo europeu provocado pela guerra, a separação dos impérios, as
repercussões da derrota da Alemanha e
os problemas com
o Tratado de Versalhes foram fatores que contribuíram
para o início da Segunda Guerra Mundial.
2a Guerra Mundial
A
chegada dos nazistas ao poder colocou fim à República de Weimar, uma democracia
parlamentar estabelecida na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Com a
nomeação de Adolf Hitler como chanceler, em 1933, a Alemanha nazista (também
chamada de Terceiro Reich) rapidamente tornou-se um regime no qual os alemães
não possuíam direitos básicos garantidos.
Uma
ampla campanha de propaganda foi levada a efeito para disseminar os objetivos e
ideais do regime. Hitler defendia o uso de propaganda política para disseminar
seu ideal de Nacional Socialismo que compreendia o racismo, o anti-semitismo e
o anti bolchevismo.
Ao
longo desse plano propagandista, os alemães eram constantemente relembrados de
suas lutas contra inimigos estrangeiros, e de uma pretensa subversão judaica.
No período que antecedeu a criação das medidas executivas e leis contra os
judeus, as campanhas de propaganda criaram uma atmosfera tolerante para com os
atos de violência contra os judeus, particularmente em 1935, antes das Leis
Raciais de Nuremberg, e em 1938, após aKristallnach
(quando alemães, acreditando no comportamento perigoso dos judeus,
quebraram as vidraças de diversas sinagogas com pedras, em represália a uma
morte causada por um judeu. Foi conhecida como a Noite dos Cristais). A propaganda também incentivou a
passividade e a aceitação das medidas iminentes contra os judeus, uma vez que o
governo nazista interferia e "restabelecia a ordem" (derrubada pela
derrota alemã na 1ª Guerra Mundial).
A
propaganda nazista também preparava o povo para uma guerra, insistindo em uma
perseguição, real ou imaginária, gerando uma lealdade política e uma
“consciência racial” entre as populações de etnia alemã que viviam no leste
europeu, em especial Polônia e Tchecoslováquia. Outro objetivo da propaganda
nazista era o de mostrar a uma audiência internacional, em especial as grandes
potências européias, que a Alemanha estava fazendo demandas justas e
compreensíveis sobre suas demandas territoriais.
Inventando
um elo entre o comunismo soviético e o judaísmo europeu, e apresentando a
Alemanha como defensora da cultura "ocidental" contra a ameaça
"Bolchevique", esta propaganda também mostrava uma imagem
apocalíptica do que aconteceria caso os soviéticos ganhassem a Guerra.
O
cinema, em particular, teve um papel importante na disseminação das idéias do
anti- semitismo racial, da superioridade do poder militar alemão e da essência
malévola de seus inimigos, como eram definidos pela ideologia nazista. Os
filmes nazistas retratavam os judeus como seres "subhumanos" que se
infiltraram na sociedade ariana.
Hitler
tinha a última palavra tanto na legislação nacional quanto na política externa
alemã. Esta última era guiada pela crença racista de que a Alemanha era
biologicamente destinada a expandir-se para o leste europeu por meio de força
militar, e
de que uma população alemã, maior e racialmente superior, deveria ter domínio
permanente sob o leste europeu e a União Soviética. Nesta crença as mulheres
exerciam um papel muito importante como reprodutoras. A política populacional
agressiva do Terceiro Reich encorajava as mulheres "racialmente
puras" a darem à luz ao maior número possível de crianças
"arianas".
Dentro
daquele sistema, as pessoas "racialmente inferiores" como os judeus e
os ciganos deveriam ser eliminadas. A política externa nazista tinha como
objetivo, desde o início, travar uma guerra de aniquilação contra a União
Soviética e, para isto utilizou os anos de paz anteriores à eclosão da Guerra
para preparar o povo alemão para o conflito.
Críticas
explícitas ao regime eram reprimidas pela Gestapo, a polícia secreta do estado,
e pelo Serviço de Segurança (SD) do partido nazista, mas o governo de Hitler
era popular entre a maioria dos alemães. A pequena oposição ao estado nazista
variava desde a não conformidade a uma tentativa, abortada, de assassinar
Hitler no dia 20 de julho de 1944.
O regime de Hitler ambicionava criar um novo e vasto império cujo
território unisse a Alemanha e o leste da Europa em um só país, para assegurar
o crescimento germânico em termos populacionais e econômicos, com acesso a mais
recursos naturais que os que existiam em solo alemão. Segundo os idealizadores
do projeto de domínio alemão sobre Europa, tal império somente poderia ser construído
através de uma guerra.
Depois
de assegurar a neutralidade da União Soviética, através do Pacto de Não-
Agressão Germano-Soviético de 1939, a Alemanha
deu início à II Guerra Mundial ao invadir a Polônia no dia 1 de setembro de
1939. No dia 3 de setembro do mesmo ano, a Inglaterra e a França responderam à
agressão com declarações de guerra aos alemães. Em um mês, a Polônia foi
derrotada pela combinação das forças alemãs e soviéticas, e teve seu território
dividido entre a Alemanha nazista e a União Soviética.
Em
abril de 1940, as forças alemãs invadiram a Noruega e a Dinamarca. Em 10 de
maio daquele mesmo ano, a Alemanha invadiu os Países Baixos—Holanda, Bélgica, e
Luxemburgo—que haviam assumido uma postura de neutralidade, e também ocuparam a França. Em 22 de junho de 1940,
franceses colaboracionistas assinaram um tratado de cessar-fogo com a Alemanha,
autorizando este último país a ocupar a parte norte da França, bem como a costa
mediterrânea, e criando um regime pró- nazista no sul daquele país, com sede na
cidade de Vichy.
Encorajada
pela Alemanha, em junho de 1940 a União Soviética ocupou os países bálticos--
Lituânia, Letônia e Estônia--anexando-os formalmente à URSS. A Itália, como
parte do “Eixo”, aderiu à guerra em 10 de junho de 1940. Entre 10 de julho e 31
de outubro de 1940, os nazistas levaram a cabo uma intensa batalha aérea contra
a Inglaterra, conhecida como a “Batalha da Inglaterra”, no fim da qual foram derrotados.
Como Hitler tinha como alvo o comunismo soviético, numa violação direta aos termos do
Pacto de Não-Agressão
Germano-Soviético, os alemães
e seus aliados invadiram a União
Soviética em 22 de junho de 1941 (tido como o maior
erro estratégico de Hitler). Em junho e julho de 1941, os alemães também
ocuparam os estados bálticos. O chefe de estado soviético, Joseph Stalin,
opôs-se à Alemanha nazista e seus parceiros do “Eixo”, tornando-se a partir
daquele momento um importante líder das forças
Aliadas.
Durante 1941, as tropas alemãs avançaram sobre o território
soviético, mas a forte resistência oferecida pelo Exército Vermelho impediu que
capturassem as cidades- chave de Leningrado (atual São Petersburgo) e Moscou.
Em 6 de dezembro de 1941, as tropas soviéticas contra-atacaram, fazendo com que
as forças alemãs saíssem definitivamente dos arredores de Moscou. Um dia
depois, em 7 de dezembro de 1941, o
Japão, país membro do Eixo, bombardeou Pearl Harbor, no estado norte- americano
do Havaí, e imediatamente os Estados Unidos declarou guerra ao Japão e ao Eixo.
O conflito militar ampliava-se através dos
continentes.
Em maio de 1942 os britânicos bombardeiam a cidade de Köln,
ou Colônia, trazendo a guerra para
dentro do território alemão pela primeira vez. Durante os três anos
seguintes bombardeios anglo-americanos reduzem
cidades alemãs a escombros.
Em
1944, as tropas Aliadas libertam Roma. Seis semanas depois, bombardeios anglo-
americanos conseguem, pela primeira vez, atingir alvos na Alemanha oriental
também, destruindo boa parte de Berlim.
Em
junho de 1944, as tropas britânicas e norte-americanas desembarcam com sucesso
nas praias da Normandia, na França, e abrem a “Segunda Frente” contra os
alemães. Conhecido como o dia “D”,
pois esse desembarque marcou o inicio da derrocada alemã.
As forças anglo-americanas saem da Normandia seguindo rumo
ao leste, e, entram na capital francesa. Em setembro, os Aliados chegam até a
fronteira alemã; em dezembro, quase toda a França,
a maior parte da Bélgica, e a parte sul dos Países Baixos são libertadas.
Em 1945 os soviéticos iniciam sua ofensiva final e cercam
Berlim. Em 30 de abril de 1945 (há exatos 70 anos), Hitler comete suicídio. Em maio de 1945 a Alemanha se rende aos Aliados.
Japão
não se rende, e em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançam uma bomba
atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. 3 dias depois, outra bomba sobre
Nagasaki.
Em
2 de setembro o Japão se rende oficialmente, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.
HOLOCAUSTO
No
início do regime nazista o governo Nacional-Socialista criou campos de
concentração para deter seus oponentes políticos e ideológicos.
Nos anos que antecederam a Guerra as SS e as autoridades policiais
prenderam um número grande de judeus, ciganos e outras vítimas do seu ódio
étnico e racial naqueles campos. Outros grupos eram perseguidos por seu
comportamento político, ideológico ou comportamental, tais como os comunistas,
os socialistas, as Testemunhas de Jeová e os homossexuais.
Para
concentrar, monitorar, e facilitar a deportação futura da população judaica, os
alemães e seus colaboradores criaram guetos, campos de transição e campos de
trabalho escravo para judeus.
Depois que os alemães deflagraram a Segunda Guerra Mundial com a
invasão da Polônia, em setembro de 1939, o regime nazista utilizou propagandas
para causar a impressão de que os judeus não eram apenas sub-humanos, mas que
eram também perigosos inimigos do Reich alemão. O regime buscava obter o apoio,
ou o consentimento tácito, da população alemã para as políticas que tinham como
objetivo a remoção permanente dos judeus das áreas onde viviam alemães.
Após
a invasão da União Soviética, em junho de 1941, as unidades móveis de
extermínio, e posteriormente os batalhões policiais militarizados atravessaram
as linhas fronteiriças alemãs para realizar operações de assassinato em massa
de judeus, ciganos, e autoridades governamentais do estado soviético e do
Partido Comunista. As unidades das SS e da polícia alemã assassinaram mais de
um milhão de homens, mulheres e crianças judias, além de outras centenas de
milhares de pessoas de outras etnias. Entre 1941 e 1944, as autoridades
nazistas alemãs deportaram milhões de judeus da Alemanha, dos territórios
ocupados e dos países aliados ao Eixo para guetos e campos de extermínio,
muitas vezes chamados de centros de extermínio, onde eram mortos nas
instalações de gás criadas para cumprir esta
finalidade.
Após junho de 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, as SS
(organização paramilitar ligada ao Partido Nazista alemão) e grupos da polícia
que agiam como unidades móveis de extermínio iniciaram operações de assassinato
de comunidades judaicas inteiras naquela área, matando indiscriminadamente
todos os seus membros. No outono de 1941, elas introduziram as câmaras de gás
móveis, nas quais o cano de escapamento dos caminhões utilizados havia sido
reajustado para liberar um gás letal, o monóxido de carbono, dentro dos
compartimentos totalmente vedados na carroceria, matando a quem ali estivesse,
em complementação às operações de fuzilamento já em curso.
Três
campos de extermínio--Belzec, Sobibor e Treblinka--foram criados na Polônia com
o objetivo único de facilitar o extermínio em massa.
De
tempos em tempos, o campo Majdanek também servia como local de extermínio de
judeus residentes. Nele existiam câmaras de gás que as SS usaram para
assassinar dezenas de milhares de israelitas que haviam sido trabalhadores
escravos, mas que agora estavam fracos demais para exercer qualquer tipo de
atividade. No centro de extermínio de Chelmno, a cerca de 50 quilômetros a
noroeste da cidade de Lodz, as SS em conjunto com a polícia mataram, pelo
menos, 152.000 pessoas, sendo a maioria delas israelitas, além de milhares de
ciganos. Na primavera de 1942, Hitler determinou que Auschwitz II
(Auschwitz-Birkenau) tornar-se-ia uma "fábrica" de extermínio em grande
escala, e lá cerca de um milhão de judeus, de diversos países da Europa, foram
assassinados.
A
vontade de Hitler era baseada num estudo chamado Eugenia. Seu principal objetivo era desenvolver maneiras de
manipular e otimizar a evolução humana de acordo com os princípios darwinistas
aplicados à humanidade (darwinismo social). Na prática se tornou terreno para
legitimar o racismo e defender práticas extremamente polêmicas, como a
esterilização e extermínio de grupos genéticos inteiros.
Antes
das prisões e extermínios (antes da Guerra), Hitler ditou novas regras que
proibiam desde a realização de casamentos entre judeus e arianos até mesmo a
frequentar locais públicos (inclusive hospitais). Pode parecer estranho
imaginar que a comunidade internacional conviveu com isso por anos, mas esta é
a realidade. Enquanto os judeus mais ricos simplesmente fugiram para outros
países, os mais pobres ficaram até o cerco se fechar.
O
uso de cobaias humanas hoje em dia é algo extremamente delicado e sua discussão
sobre questões éticas acaba impondo limites às realizações de determinados
testes. No contexto do holocausto alguns médicos nazistas realizaram
experiências mortíferas que envolviam homens, mulheres e até mesmo bebês. O
principal responsável por essas experiências foi Josef Mengele, conhecido como
O Anjo da Morte, médico chefe do temido campo de extermínio Auschwitz. Fontes
indicam o uso de milhares de prisioneiros em experiências quase sempre fatais,
e quando a vítima sobrevivia, era executada para uma análise de seu cadáver. Entre
as experiências realizadas podemos citar: exposição à radiação, congelamento,
consumo exclusivo de água do mar e até mesmo dissecação de vivos para observar
a evolução de doenças e infecções.
Os judeus foram afastados de todos os cargos públicos, suas crianças
foram expulsas das escolas e se criaram instituições para expulsá-los do
território alemão. Com o início da Segunda Guerra os cuidados para maquiar o
anti semitismo para a comunidade internacional cessaram, judeus agora eram
obrigados a andar com uma estrela de identificação, gradualmente foram forçados
a habitar regiões segregadas (os chamados guetos) onde faltava tudo, desde
moradias suficientes até alimentação e ofertas de trabalho. Quando o conflito
mostrou maiores dificuldades para a vitória nazista, entrava em cena a chamada
Solução Final: prisioneiros eram levados para campos de extermínio, verdadeiras
"fábricas de morte" movidas a envenenamento com um gás pesticida.
Uma
contradição amarga a ser lembrada é que os Aliados não direcionaram o esforço
de guerra para a liberação dos judeus. Ao invés disso, se observou uma corrida
pela aniquilação do Estado Nazista. Isso remete às divergências nos interesses
políticos das duas partes que formaram as Potências Aliadas, o único elemento
que ligava a União Soviética ao ocidente era o inimigo em comum (Hitler), no
mais, eles eram adversários. Sendo o rápido avanço soviético no front oriental
uma forte ameaça da dominação comunista no continente europeu.
A
demonização da ideologia nazista é um tema extremamente delicado quando
lembramos que Hitler chegou ao poder de forma democrática e boa parte da
população da Alemanha aprovava calorosamente o regime. De fato o racismo era
algo presente naquela nação, mas isso não significa muita coisa: se você
observar com cautela os principais jornais circulantes na Inglaterra e Estados
Unidos naquele período, vai perceber que o racismo e a segregação também
existia nesses países. Apesar de haver casos de violência explícita contra
judeus por parte de civis alemães, as atrocidades cometidas nos campos de
concentração eram mantidas em sigilo pelo alto comando nazista.
Nos
meses que antecederam o final da Guerra os guardas das SS transferiram os
prisioneiros dos campos em trens, ou em marchas forçadas conhecidas como
"marchas da morte", na tentativa de evitar que os Aliados os
libertassem. Conforme as forças Aliadas atravessavam a Europa, em uma série de
ofensivas contra a Alemanha, elas começaram a encontrar e a libertar
prisioneiros dos campos de concentração e aqueles que estavam sendo levados de
um campo para outro. Estas marchas continuaram até o dia 7 de maio de 1945, o
dia em que as forças armadas da Alemanha se renderam incondicionalmente aos
Aliados. Para os Aliados ocidentais a Segunda Guerra Mundial terminou oficialmente
na Europa no dia seguinte, em 8 de maio, o (V-E
Day, o Dia da Vitória, no entanto as forças soviéticas proclamaram seu
"Dia da Vitória" como 9 de maio de
1945.
Pós Guerra |
Com
o fim da Segunda Guerra Mundial a descoberta dos campos de concentração aqueceu
o desejo de estabelecer uma pátria para os judeus, assim, se procurou
potencializar o episódio com diversos artifícios. (São os vencedores que contam
a história, da forma como lhes é conveniente). Muitas fotografias tiveram um
cenário forjado, soldados recolheram e empilharam corpos, prisioneiros doentes
foram selecionados a dedo para compor imagens chocantes.
Entendida
a posição Aliada, deve-se observar com ainda mais atenção a postura dos
chamados revisionistas.
A revisão da história, quando feita com seriedade, é um papel muito
importante para desconstruir certas ilusões. A necessidade de reanalisar o
Holocausto não seria de tamanha polêmica se dezenas de países não considerassem
crime a sua prática, atitude gravíssima, uma vez que não existe tema histórico
de veracidade incontestável.
Na
maior parte da Europa, incluindo a Alemanha, é proibido fazer alguém estudo ou
matéria que vise desmistificar o Holocausto. Isso porque tais estudos são
acusados de insuflar idéias nazistas.
Esse interesse Aliado de reestabelecer um território aos judeus (que há
séculos estavam sem território), fez com que criassem o Estado de Israel, onde
era território Palestino. Tal fato gera conflitos até hoje, com constantes
conflitos. Palestina não aceita que Israel fique no que considera suas terras.
Israel se considera dono legítimo do local, por ser solo sagrado judeu e onde
ocupavam antes de serem expulsos. E Israel tem o apoio das potências
Ocidentais, em especial os EUA, que veem na presença de Israel no local, uma
forma de conter o avanço muçulmano e contrário aos EUA. Tais conflitos, na
faixa de Gaza, perduram e se intensificam até hoje. Resultado direto da 2ª
Guerra Mundial e do ataque de Hitler contra os
judeus.
Muro de Berlim
Com
o fim da Guerra, vencida pelos países Aliados em conjunto com União Soviética,
o território alemão foi inteiramente dividido entre os vencedores, criando a
Alemanha Ocidental (controlada por EUA, França e Inglaterra) e a Alemanha
Oriental (União Soviética).
Berlim,
no Centro do lado soviético.
Ocorre
que Berlim era a capital da Alemanha, e, portanto, ponto estratégico para as
potências. Assim, a Capital foi também dividida entre as 4 potências, mesmo
estando inteiramente dentro do lado soviético.
Obviamente
isso era incômodo para as Potências. No lado Ocidental, havia uma série de
obras e investimentos realizados através do Plano Marshall. No lado Oriental, a
União Soviética criou o Estado Único, confiscando propriedades e instituindo o
comunismo.
Com o tempo, os alemãs orientais, buscando melhores condições de vida
ou de emprego, passaram a emigrar
para o lado Ocidental, lá se estabelecendo. Isso enfraquecia a União Soviética,
já que passava a idéia de que “o ocidente é melhor”.
Assim,
após algumas medidas restritivas impostas anteriormente, na madrugada de 13 de
agosto de 1961, foi construído o Muro de Berlim. Dele faziam parte 66,5 km de
gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas
eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda.
O Muro de Berlim era, portanto, uma barreira física, construída pela
República Democrática Alemã (Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava
toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental. Este muro, além de
dividir a cidade ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou
partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países
capitalistas e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países
socialistas simpatizantes do regime soviético.
A medida pegou de
surpresa a população, dividindo, inclusive, diversas famílias.
Este
muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental com ordens de atirar
para matar os que tentassem escapar, o que provocou a morte a 80 pessoas
identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas
tentativas.
Durante
uma onda revolucionária que varreu o Bloco do Leste, o governo da Alemanha
Oriental anunciou, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os
cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental.
Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos
alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração.
Ao
longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público
eufórico e por caçadores de souvenirs.
Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase o todo da
estrutura.
A
queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a reunificação alemã que foi
formalmente celebrada em 3 outubro de 1990. Muitos apontam este momento também
como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro
derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da
reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o muro
fazia quando estava erguido.